sexta-feira, 4 de janeiro de 2008


Todos nós temos correntes, estamos presos a elas, não há como escapar. Algumas vezes, quando as correntes são ideológicas ainda tentamos mas raras são as em que lhes conseguimos dar a volta. Isto é, quando queremos mesmo até o fazemos mas depois pensamos que se somos assim e os nossos ideais são aquilo que nos torna diferente dos demais, então desistimos e conservamos com algum pequeno orgulho as nossas correntes! As nossas correntes, entenda-se, são tudo o que nos prende à vida em termos ideológicos ou físicos ou psiquicos ou de um outro tipo qualquer, seja ele qual for. Algumas correntes que guardamos são prejudiciais a nós mesmos e sabemos disso correndo o risco de nos auto-eliminar, mas por algum motivo permanecemos assim... quietos, sem as tirar, porque, porque sim. É uma questão de princípios, uma questão de equilíbrio, como se elas fossem o nosso pequeno vício, o nosso conforto desleal e que nos pode trair quanto menos esperamos. Mas é assim, todos as temos. Em relação às correntes de pensamento, essas agradam-me, ainda que sejam controvérsias ou revolucionárias, e agradam-me pela simples razão de que são todas válidas, todas, sem excepção. Acredito piamente que, ainda que não entenda, todos os pensamentos têm a sua lógica e o seu fim. E isso fascina-me, tentar descobrir por que enredo certas pessoas vêm o mundo diferente de mim. É óptimo, é como se fosse um outro mundo diferente do meu...
Também me sabe bem ter as minhas correntes, não impostas, aceites e livres de si mesmas, que me permaneçam enquanto fizerem sentido na minha vida, enquanto me agrilhoam as coisas boas que tanto quero por perto, depois que se soltem... e que fiquem bem guardadas num baú daqueles cheios de pó que o tempo assentou.